O preconceito não tem peso físico que possa ser contabilizado em uma balança, mas pesa bem mais que o corpo de um gordo.

O preconceito não tem sexualidade nem preferência por gênero, mas é tão violento quanto um estupro.

O preconceito não tem cor visível, mas com toda certeza é bem mais escuro que a pele de um negro.

O preconceito não tem preço ele é distribuído de graça, o preconceito é vivo e se move com rapidez de um lince, espalha-se como um vírus, impregna o mundo e permanece anônimo mesmo quando esta mostrando a cara.

Dê voz a sua luta, seja contra o preconceito seja ele em que seguimento social esteja, o peso do preconceito pode ser grande,

porem o peso da sua força é bem maior.(Milly Costa)

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26 de dez. de 2010

FAT PRIDE - A blogueira que defende o 'padrão GG'



A blogueira que defende o 'padrão GG'


A jornalista Renata Poskus Vaz, de 27 anos, tentava, mas não emagrecia. Para dificultar o dia a dia, ela se negava a entrar nas lojas que vendem roupas para manequins grandes - e nem sabia onde ficavam tais estabelecimentos. Tantos empecilhos a inspiraram a criar um blog sobre o tema - o Mulherão - que, por sua vez, motiva outras mulheres a se sentirem bonitas e confortáveis com os quilos a mais. Ela contou essa história para a reportagem de VEJA.com. Confira os principais trechos a seguir.
Por que você abriu o blog?
Foi há um ano. Eu uso manequim 44 e tinha uma dificuldade enorme para encontrar roupa. No começo, eu relutava a entrar em lojas de tamanhos grandes. Depois descobri que era possível encontrar roupas bonitas em lojas estilizadas. Então comecei o blog para ajudar as meninas que usam tamanhos maiores a encontrar essas peças. Ao mesmo tempo, era um desabafo pelas tentativas frustradas de emagrecimento e também contra o preconceito.

Você imaginava que faria tanto sucesso?
Não, no começo era como se fosse um diário. Para se ter uma ideia, em março, eu tinha somente 70 acessos. Depois, comecei a organizar o dia de modelo: reuni um grupo de 15 meninas, fiz uma sessão fotográfica, com maquiagem, produção e penteado. Foi um sucesso. As lojas me emprestaram o figurino. As meninas que participaram do ensaio começaram a divulgar o endereço do blog: foi o que deu o boom. A partir disso, começamos a participar de programas de televisão, o que também aumentou demais o número de acessos. Antes do fim de novembro, tivemos mais de 130.000 visitas.

Qual é o assunto mais procurado pelas leitoras? 
Elas comentam muito quando escrevemos sobre casos de preconceito. Mas elas procuram muito sobre moda, onde comprar determinado tipo de roupa.

Como é a interação delas com o blog?
Não costumamos receber comentários negativos. Recebemos depoimentos de mulheres que se aceitaram e se redescobriram. Até os maridos mandam mensagens pedindo ajuda para levantar a autoestima da mulher ou agradecendo porque a companheira está melhor desde que conheceu o blog. Mas também temos casos assustadores. Uma menina chegou a escrever que pretendia se matar por conta de seu peso. O problema é que não podemos ser responsáveis por todo mundo, e elas depositam essa esperança no blog.

Como lidar com isso?
Procuro escrever um texto que dê atenção à necessidade coletiva. Costumo dizer que, quando você não gosta de si mesma, sente dificuldades no emprego, não interage, não participa de grupos. Se você não arruma um namorado, não é porque é gorda, mas porque você se acha feia. Depois de ler o blog, elas deixam de se fazer de vítimas.

Você acha que as mulheres acima do peso estão tendo mais destaque?
Uma prova disso é o nosso blog. Antes, eu não tinha coragem de entrar em uma loja GG para comprar roupa. Agora, estou organizando o Fashion Weekend Plus Size, um evento de moda para mulheres gordinhas.

Então o mercado de modelo plus size no Brasil está crescendo?
Algumas pessoas estão se confundindo com isso. As meninas ainda acham que para ser gorda bem-sucedida precisa ser uma modelo plus size de sucesso. Isso não é verdade. Elas são capazes de se destacar nas suas respectivas áreas. O problema é que temos poucas referências de mulheres assim no Brasil.

Alguém já chegou a dizer que você está fazendo apologia da obesidade?
Eu recebo e-mails de médicos dizendo exatamente isso. É um mito achar que todo gordo é doente. Todo mundo que aquele que se sente obrigado a perder peso vai acabar gordo e infeliz. Se a mulher descobre a felicidade, ela sai do casulo, sai para passear, vai para a academia. A tendência é que ela emagreça. Essa dieta de comer só sopa durante sete dias deveria ser proibida. Isso sim é um absurdo.

Você acha que existe preconceito?
De todos os tipos. Vemos casos de pessoas que são excluídas do processo de seleção de emprego, tem gordos que fazem a cirurgia do estômago e começam a perseguir outros gordos, existe preconceito dentro da própria casa - o pai que chama a filha de gorda, porca, relaxada. Sem esquecer do preconceito que está dentro da cabeça do gordo, que fica com esse complexo de se fazer de vítima. O Brasil é gordo. Ser gordo não é mais desculpa para você ser infeliz. Você vai se assumir ou se vender para o resto da vida como uma gorda coitadinha?

E alguma coisa está mudando?
O comportamento das pessoas está diferente. As mulheres não estão mais se fazendo de vítimas e os homens estão mais abertos. Eu não gosto de funk. Mas posso dizer que a onda das "mulheres frutas" [leia-se Mulher Melancia] fez um bem à humanidade: homem gosta de mulher com quadril, braço gordinho e rosto fofinho.

Você sempre esteve acima do peso?
Aos 17 anos, comecei a tomar remédio para emagrecer. Tive crise de gastrite por ficar muito tempo sem comer e depois sofri com compulsão alimentar. Quando fiz 22 anos, tirei a vesícula e sofri muito. Nessa fase, fiquei bastante depressiva – o que acabou comigo. Eu não conseguia namorar e quando ia para a praia ficava só embaixo do guarda-sol. Foi um processo de engorda, lenta e gradual até chegar aos meus 80 quilos de hoje.

E se preocupa com a sua saúde? 
Eu controlo o meu peso, sei que não posso passar dos 80 quilos, quero evitar problemas na coluna. Mas eu não me privo de comer a besteira que eu quero. Como um pão frânces no jantar e um chocolate por dia. Repito reefições, não fico sentindo fome. Mas eu faço vários exames preventivos. Até porque minha mãe, que pesava cem quilos, morreu com embolia pulmonar aos 40 anos. Esse problema é comum em mulheres sedentárias e obesas. Por isso, tomo cuidado.

Você ainda quer emagrecer?
Ontem mesmo eu olhei minha barriguinha no espelho e pensei em tomar um remédio para emagrecer. A ideia foi embora rapidinho porque eu sei que vou engordar rápido também. Mas é assim mesmo, toda mulher queria ter dois quilos a menos.

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Um comentário:

  1. Vou concordar que mente quem diz que não queria perder uns kilinhos ou ate mesmo alguns centimetros na medida mas se assumir é fundamental

    Beijo da Naty
    http://ninguemtasca.blogspot.com/

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