Olá a todos, hoje trouxe uma entrevista que realizei com um
amigo que a dois anos foi viver na Europa. É sempre bom conhecer a realidade de quem vive as coisas
que nós costumamos pensar e acreditar como verdade, assim podemos ver o contraste
do que é real e o que é só mito em ser um Brasileiro no exterior.
Então vamos conhecer um pouco da realidade de Sidney
Carvalho
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Foto na cidade da Sicilia na Itália |
Peso- Logicamente que não podemos começar a entrevista sem saber
qual o principal motivo que te levou a sair do Brasil?
Sidney- A questão da ambição (e deslumbramento) financeiro. O
Brasileiro tem em mente a ilusão popularizada que independente do país que ele
resolva migrar, ele terá um retorno financeiro a curto prazo, o que em 90% das
vezes essa realidade se faz presente a um prazo muito mais longo do que o
almejado.
Peso- Sendo seus motivos de sair de seu país de origem a questão financeira, como você vê diferença de renda entre o Brasil e o país que você
esta hoje?
Sidney- É engraçado quando paro para analisar essa questão, porque
vim entender essa realidade depois de estar aqui, principalmente porque estou
em um país onde atualmente a crise abala
fortemente à sua economia. Porém, é muito mais fácil captar esta informação
quando a observamos de fora para dentro, pois tenho a sensação que este
favorecimento financeiro, até o presente momento, não gerou mudanças na vida do
pobre desfavorecido, o que termina favorecendo um pouco mais a minha permanência
aqui.
Peso- Qual a primeira impressão que você teve sobre o funcionamento da vida na Europa? È muito diferente do
Brasil ou é mito de diferença cultural apenas?
Sidney- A realidade percebida e vivida, é que a diferença cultural é
um agravante predominante dia a dia em todos os aspectos (pessoal, financeiro,
etc etc). Como citei anteriormente, existe sim o deslumbramento, mas a impressão
que tive e tenho é que vivendo aqui o brasileiro se descobre uma máquina, e
mesmo com a alta tecnologia, o serviço de mão-de-obra é muito mais solicitado
que no Brasil. Além do custo beneficio ser muito mais pratico e gratificante.
Peso- Você notou alguma diferença na forma que as pessoas tratam
umas as outras, existe mesmo esse preconceito
contra estrangeiros ou é algo que não sentiu em relação a você, mas existe
de maneira geral?
Sidney- Existe sim, e como existe. Passo por isso todos os dias. O Europeu
vê a nossa nacionalidade estampada na nossa testa. Me irrito muito na maioria
das vezes que entro em qualquer estabelecimento comercial, porque eles fazem
questão de memorizar o estrangeiro. A segurança publica e social menospreza mínimas
questões relacionadas a nós, inclusive ao estrangeiro legalizado, pois
independente da condição de vida levada pelo mesmo, não deixa de ser
estrangeiro. No Brasil o preconceito é predomina aos gays, pobres e negros.
Aqui predomina a qualquer classe, basta não ser nato no país que vive.
Peso- Quanto a sexualidade, sabemos que ser gay no Brasil ainda é
uma questão bem complexa e a aceitação é mais imposta do que realmente aceita, isso
é diferente nos países de primeiro mundo em que há leis que garantem vida social
aos homossexuais, ou também não passa de mito?
Sidney- Na França e na Suíça não existe menor problema na relação
Gay-Sociedade. Os gays são naturalmente tratados como seres humanos. Soube que
o mesmo caso acontece na Espanha. Já na Itália, o gay é visto como um ser de interplanetário.
O gay ao chegar em um local qualquer, as pessoas olham de forma assustadora,
principalmente as crianças, por não saberem como serem discretos, eles apontam,
riem olham assustados, e fazem questão de passar distante do gay. A Itália faz questão
em ser cafona, e ao mesmo tempo que curtem a modernidade, eles são extremamente
antiquado.
Peso- Sendo assim não existe muita diferença entre a Itália e o Brasil
nessa questão Gay X Sociedade ou você considera um dos lugares pior?
Sidney- Não ,não...acredito que o Brasil infelizmente termina
vencendo essa comparação. A sociedade aqui é muito preconceituosa, eles
discriminam mais com olhares e aqueles sorrisinhos pejorativos quando estão em
grupos. Porém, não vejo a homofobia ser tão presente aqui.
Peso- É mais fácil para o gay viver mentindo sua orientação
sexual ou libertar as amarras, estando num país diferente onde não conhece a
maioria das pessoas, ou se torna ainda mais difícil justamente por não ter o
apoio de amigos e familiares, ou isso se torna igual em qualquer lugar continua
sendo difícil?
Sidney- Então...é justamente pelo fato de estar fora do seu berço,
que o gay aqui sente-se inteiramente livre, independente dos tabus
estabelecidos pela nação. E, mesmo com todo esse olhar medíocre em certos
países, a Europa é "mãe" para os gays, a ponto de ser o continente
com o maior numero de transexuais no mundo. E o gay por si, "liberta-se
dessa corrente" na primeira oportunidade que tem...independente de onde
quer que esteja.
Peso- Em questões de empregabilidade existe também essa
descriminação de não dar emprego ao homossexual por achar que sua conduta é
duvidosa?
Sidney- Nesse caso não. Por incrível que pareça, o gay tem muito
mais oportunidades aqui que no Brasil. Pois na maioria dos casos, os
empreendedores costumam dizer que o gay é muito mais eficiente e eficaz, além
de saber transformar o ambiente de trabalho na maior diversão. Praticamente,
70% do comércio, tem gay trabalhando. Nessa questão, a Europa realmente é
avançada.
Peso- Então para terminar, você parece estar satisfeito com a vida
na Europa em questões sociais e financeiras, o que diria para uma pessoa que
vislumbra ir morar fora do Brasil?
Sidney- Particularmente, estou bem resolvido graças a Deus. Como
todo trabalhador que vive de contratos, passo por altos e baixos mas com a
mente organizada e um bom jogo de cintura, da pra manter a vida em ordem. Aos
que pensam em vir, sou bem categórico: Viver aqui é uma questão de sorte e
oportunidades. Tendo saúde, trabalho e sendo uma pessoa concentrada, você estará
com o três requisitos mais importantes para a sua sustentabilidade. E pense
assim: A questão não é vir... E sim permanecer!!!
Bem meus queridos leitores espero que gostem e comentem o que acharam
bjocas da gorda
Muito interessante a entrevista! É bom para que muito brasileiro acorde e veja que as coisas não são tão fáceis assim no exterior, né? Beijos! Rê!
ResponderExcluirPrimeiramente, PARABÉNS pelo espaço. Fiquei encantado com a temática deste lugar. É muito importante criar blogs como estes que congregam as diferenças e abri o amplo campo para se discutir os problemas vividos pelas minorias.
ResponderExcluirTô seguindo! bjoxxxxxxxxx no coração!