O preconceito não tem peso físico que possa ser contabilizado em uma balança, mas pesa bem mais que o corpo de um gordo.
O preconceito não tem sexualidade nem preferência por gênero, mas é tão violento quanto um estupro.
O preconceito não tem cor visível, mas com toda certeza é bem mais escuro que a pele de um negro.
O preconceito não tem preço ele é distribuído de graça, o preconceito é vivo e se move com rapidez de um lince, espalha-se como um vírus, impregna o mundo e permanece anônimo mesmo quando esta mostrando a cara.
Dê voz a sua luta, seja contra o preconceito seja ele em que seguimento social esteja, o peso do preconceito pode ser grande,
porem o peso da sua força é bem maior.(Milly Costa)
10 de jan. de 2011
Preconceito pesado
O preconceito contra o obeso é conhecido desde a Grécia de Aristóteles, quando se achava que os gordos tinham mau caráter. Na Idade Média, dizia-se que as pessoas gordas eram dominadas pela gula e preguiça – dois dos sete pecados capitais. Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo IBGE, 10,5 milhões de brasileiros com 20 anos ou mais são obesos. Somado àqueles que estão acima de seu peso, o número sobe para 39 milhões de brasileiros, ou 40,6% da população. Apesar desse grande percentual constata-se que o indivíduo gordo sente-se cada vez mais excluídos socialmente.
Pesquisas apontam que os obesos estudam menos, têm dificuldades de relacionamentos amorosos e menores ofertas de emprego. Nos escritórios, novos projetos ergonômicos privilegiam cada vez mais pessoas magras. Além disso, as empresas evitam contratar funcionários que possivelmente terão mais problemas de saúde, como hipertensão, diabetes, doenças cardíacas e colesterol.
A ditadura da balança faz suas vítimas no mercado de trabalho, atingindo aqueles que se enquadram na classificação de obesos, baseada em uma equação simples que leva em conta o peso e a altura de cada indivíduo. Desde os 10 anos de idade Luanna Vieira 25 anos, convive com a obesidade e para ela o fato de ser gorda a impede de conseguir um trabalho “quando vou levar meu currículo em alguma empresa não coloco minha foto, principalmente quando a vaga é para o cargo de recepcionista, onde as empresas dizem que querem pessoas com bom perfil e como sempre os gordinhos estão fora desse padrão”, ironiza.
Já para Michelle Bahia 23 anos, ser gordo é um castigo “o preconceito que sofri e ainda sofro por causa da obesidade me fez ser uma pessoa triste e muito insegura, que tem problemas para se relacionar com os homens, pois não me sinto atraente. Ter rosto bonito não ajuda muito, pois as pessoas reparam no corpo, já me senti um lixo, de ver passar uma garota magrinha do meu lado e todos os homens assobiarem para ela, e eu me sentir a última mulher da face da terra, sempre sofri com esse tipo de comparação, cheguei a tentar o suicídio no auge da depressão, foi muito triste! Ano passado fiz a cirurgia de redução de estômago, perdi 42 kg, mas ainda falta bastante para me sentir bem comigo mesma”, desabafa.
Além dos sofrimentos físicos próprios da obesidade, os gordos também são vítimas de uma pressão psicológica, por vezes velada. Ser gordo é pertencer a uma categoria social à parte, é ser tratado de modo especial, é ter que vestir roupas compradas em lojas especializadas, é ter apelidos depreciativos, é ser inferior, é ser sexualmente desinteressante. O sentimento de inferioridade dos gordos é reforçado pelas atitudes irônicas, maldosas e agressivas das pessoas que os cercam e que com eles convivem.
Marcela Amorim, 29, também sentiu na pele os sofrimentos do preconceito a publicitária conta que antes de fazer a cirurgia de redução do estômago o que lhe subtraiu 40 kg passou por muitos constrangimentos “desde pequena sempre fui gordinha, mas foi a partir dos 13 anos que comecei a engordar muito aos 28 anos cheguei a pesar 118 kg. Não agüentava mais tentar comprar roupa em locais comuns por não caber e por não ser bem recebida. A atendente sempre perguntava: É para você? Eu saia da loja arrasada sem comprar nada. Em shows e festas o constrangimento já era na entrada quando passava na roleta. Para não ficar louca, sempre levei essas histórias na brincadeira, fazendo gozação de mim mesma, mas com o passar do tempo essa carapuça de pessoa feliz foi caindo e fui vendo que se eu continuasse daquela forma não iria ter uma vida digna de uma cidadã comum”, histórias como a da Marcela são encontradas na vida de muitos obesos que padecem dessa doença física e psicológica “muitas pessoas não entendem a gravidade desta doença, pensam que as pessoas são gordas por que querem, talvez esse seja o maior motivo de se acharem no direito de ofender o próximo”, salienta Marcela.
A publicitária usará suas histórias para fazer um documentário sobre de como a redução do estômago mudou a sua vida “o objetivo do meu documentário é incentivar as pessoas a tratarem da obesidade e conhecer um pouco dos problemas enfrentados pelos obesos principalmente os sociais”, explica.
O senso comum acredita que o obeso é um sujeito sem força de vontade, que cede à gula e à preguiça e só não emagrece porque não quer. A ciência já constatou que isso não é verdade, que sabemos pouco sobre as reais causas da obesidade e que a própria discriminação é responsável por vários problemas de saúde, especialmente os psicológicos.
Os obesos precisam da compreensão da sociedade no sentido de lhes ser garantida as mesmas oportunidades conferidas às pessoas não obesas, notadamente no que se refere à utilização do transporte público, cobrando das autoridades a execução de leis que são pouco usuais, como as que permitem que as pessoas mais gordas entrem nos ônibus pela porta da frente, evitando a catraca e o constrangimento, infelizmente esta lei vigora apenas em três cidades brasileiras: Porto Alegre, Santos e São Paulo.
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"Pesquisas apontam que os obesos estudam menos, têm dificuldades de relacionamentos amorosos e menores ofertas de emprego". Essa frase me chamou a atenção pelo fato de que eu nunca tive problemas para namorar. Preconceito é complicado, até mesmo dentro da família rola. E eu, graças a Deus sou graduada e pós-graduada! Tenho meu trabalho e amo o que faço. Nana, minha amiga e parceira neste Blog é casada, trabalha, tem uma filha maravilhosa!! Temos outros exemplos no mundo Plus Size. O preconceito existe desde que o mundo é mundo. Mas o que tem que mudar para que isso acabe é a cabeça pequena das pessoas. Nunca vi, deixar de dar trabalho a alguém porque ela não é estéticamente o que você sonhou pra você. Porque não tem outra explicação. Mas nesse ponto sou muito otimista, ainda acredito no ser humano e em seu potencial pro bem!! Vai dar tudo certo!!
ResponderExcluirEu nunca sofri preconceito no trabalho, mas sempre ouvi piadinhas.
ResponderExcluirHoje em dia como trabalho diretamente com moda para gordinhas e sendo uma delas, estou no céu.
Só que infelizmente ainda sofro preconceito por parte de meus pais e família.
Fazer o que né? Nem tudo é perfeito.
Um beijo e parabéns pelos textos sempre lindos.
Sei bem o que é ficar entalada na roleta e essa foi a pior humilhação da minha vida.
ResponderExcluirNa casa Olimpo Show (rio de janeiro),são três roletas,eu passei em duas,na 3ª fiquei entalada na catraca.
Como pode isso?Não tem padrão?E cadeirante...como faz?
Pior,eu fiquei no meio,não podia voltar nem seguir,foi horrível...todo mundo olhando...não tinha uma porta,não tinha como eu sair...tive que procurar o segurança e ele me levou até a saida de emergência...muito humilhante não?
Eu não vou ao Olimpo Show,Via Show,West Show..nenhuma dessas casas da rede...porque em todas elas a roleta é estreita...conheci outra pessoa que passou por isso na Via Show
e confesso que fiquei traumatizada,hoje pra sair,eu fico cheia de vontade,mas não vou,pois tenho medo de ter catraca e ficar entalada...
E cadeira de avião? Cinto de avião?
ResponderExcluirIr na frente no carro? E o cinto dos carros? Cadeiras de certos restaurantes,cinemas,teatros etc
E aquelas cadeiras de plástico de bar que além do quadril não caber,e ficar num desconforto só... dá um medo danado da cadeira quebrar...
é um ciclo vicioso
ResponderExcluira gente não consegue emagrecer,mas tenta levar uma vida normal, aí vc tenta sair,mas tem medo de pegar ônibus e ficar entalada,ou vai ter que ficar horas no ponto esperando uma van, e às vezes a van vem e não para,ou então o motorista te trata igual a um lixo,isso se vc sair de casa sozinha,e se sair acompanhada,vai explicar o quê? ou vai encarar a roleta?ou vai pedir pra entrar atrás e todo mundo rir de você?
ai depois vc pensa :e se tiver roleta na casa de show?....e se pararmos num bar,algo assim, e a cadeira?
Cinema?vou ter que ficar de ladinho,machucando meu quadril...já pensou passar isso tudo ao lado do namorado?ou alguma paquera?
e entrar no carro dele? o cinto não vai dar..ele vai levar uma multa por minha causa?
não poderemos viajar de avião.porque eu não caibo na cadeira e o cinto de segurança também é curto...
e o que se faz nessa hora?
vc não tem namorado,uma porque é dificil achar homem que te queira, e outra porque vc tem medo de dividir essas humilhações com alguém...
todas as suas amigas vão sair e vc vai ficar em casa por todas as limitações...o que se faz?
procura refúgio na comida.
e ai engorda mais e tudo vai piorando.
Sempre estive frente a todas essas situações e, sinceramente, estou no fundo do meu poço pessoal esperando que Deus me mostre uma luz...
ResponderExcluirHumilhação é sempre uma pancada forte nos nossos sentimentos...
Xero
Comecei um curso técnico de Química e tudo ia muito bem até que no terceiro semestre uma professora me falou que eu não faço perfil de empresa, por ser gorda, ela acabou com meu entusiasmo naquele momento...já fiz duas entrevista fiquei entre os ultimos, mas no final não fui contratada, estou começando a achar que ela tinha razão...estou muito triste, porque eu sou feliz assim não queria mudar pelos outros, se é que dá pra entender...
ResponderExcluirAchei excelente seu post, e gostaria de acrescentar que os Obesos são uma parcela tão discriminada mas, tão discriminada que NEM SE COMENTA SOBRE A DISCRIMINAÇÃO, muito se fala sobre os negros, os homofóbicos mas ninguem nem toca no assunto dos Obesos que SEMPRE são vistos de maneira ESPECIAL...
ResponderExcluirBem se me permite, irei repassar este post em algumas de minhas redes sociais visto a importancia do tema ...
a Baixa Auto Estima pode MATAR e ninguem percebeu que anda com uma Faca na boca ? nos Olhos e nos trejeitos de reprovação? ...
Parabéns mais uma vez !
Namastê !!! ..s2.S2.s2..
olá,encontrei seu blog e fiquei para ler os post,interessantes e bem escritos.Concordo com cada palavra e me entristeço em ver como o ser humando tem dificuldade de lida,com o que considera "fora do normal",sim porque pra mim anormal é quem vê o próximo como um reflexo do que sua mente acha certo.A obesidade em si já trás dificuldades mas não ser aceito por isso,é uma ignorância.Fui gorda na infancia,discriminada,apontada mas superei e cresci.Devo isso a Deus e ao meu temperamento mas minha filhota as vezes fica triste,com olhares de pena,repúdio.Mesmo tendo toda a orientação e apoio,sei como ela se sente.O ser humano,quando quer deixa de ser humano e se torna uma criatura despresível.Acredite seu peso não pode se comparar ao seu coração,ele sim dita as regras.Não é balança,as roupas,o cabelo,isso passa,muda mas seu coração não.Viva sua vida de bem com seu Deus,com você e o resto acontece,quem vier para somar,abra as portas,desmanche-se em sorrisos,estique-lhe os braços,que vier para subtrair,simplesmente DE-LHE as costas.Bjinhos arteiros.Tania Mara
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